Cidade chinesa transforma o Feng Shui em planejamento urbano.

Inspirada nos princípios do Feng Shui, Tekesi adota um design urbano que integra mobilidade, sustentabilidade e conexão comunitária. Ao longo da história, as cidades têm sido moldadas por diferentes visões de mundo. Algumas crescem guiadas pela lógica do progresso industrial, outras por modelos econômicos, geopolíticos ou religiosos. Mas e se uma cidade inteira fosse concebida a partir de uma filosofia milenar voltada ao equilíbrio entre ser humano e natureza? Tekesi, localizada na Região Autônoma de Xinjiang, na China, é a materialização dessa ideia e faz uso do urbanismo radial para melhorar a qualidade de vida na cidade. Internacionalmente reconhecida por seu planejamento urbano singular, Tekesi foi projetada com base nos princípios do Feng Shui, sistema filosófico chinês que busca harmonia entre os elementos naturais e os ambientes construídos. O traçado da cidade remete ao tradicional Bagua, símbolo octogonal do Feng Shui. Seus eixos urbanos foram pensados para favorecer o fluxo de energia (ou “chi”) e promover bem-estar aos seus habitantes. Mais do que uma curiosidade arquitetônica, Tekesi levanta questões profundas sobre como os espaços urbanos são projetados e quais valores escolhem privilegiar ao fazê-lo. Em tempos em que o debate sobre cidades sustentáveis e humanas ganha força, Tekesi convida a refletir: seria possível repensar o urbanismo a partir de princípios de equilíbrio, espiritualidade e respeito à natureza? Feng Shui e urbanismo O Feng Shui busca harmonizar as energias dos ambientes para promover bem-estar, saúde e prosperidade. Baseado na observação da natureza e nas filosofias taoístas, concentra-se na circulação ideal do Chi (energia vital) nos espaços, visando melhorar a saúde, a felicidade e a prosperidade. Um dos conceitos fundamentais do Feng Shui é o Yin e Yang, que representam forças opostas e complementares presentes no universo. Além disso, os Cinco Elementos — Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água — são considerados essenciais, pois interagem entre si e influenciam o ambiente de diversas maneiras. A prática do Feng Shui envolve a análise e o equilíbrio dessas forças no ambiente para determinar se um local é adequado para habitação ou construção. Uma ferramenta essencial no Feng Shui é o Baguá, um diagrama octogonal composto por oito trigramas que representam diferentes aspectos da vida, como família, prosperidade e carreira. Ao aplicar o Baguá em um espaço, é possível identificar áreas que necessitam de ajustes para melhorar o fluxo energético e, consequentemente, a qualidade de vida dos ocupantes. Embora o Baguá seja tradicionalmente uma ferramenta aplicada de forma individual, sua forma serviu como inspiração para a concepção da cidade chinesa de Tekesi, onde foi adotado em grande escala no planejamento urbano. Como a harmonia energética do Feng Shui inspirou o planejamento de Tekesi? Fundada em 1937, Tekesi foi projetada de maneira a espelhar o diagrama do Baguá. No centro da cidade encontra-se uma praça, a partir da qual irradiam oito avenidas principais, cada uma representando um dos trigramas do Baguá. Essas vias estão conectadas por quatro anéis viários concêntricos, formando um desenho geométrico que lembra uma mandala. As oito avenidas principais e os quatro anéis viários formam uma rede de 64 ruas, um número que não é aleatório. Ele corresponde às 64 combinações possíveis dos trigramas no I Ching, o antigo livro das mutações, que é um dos textos mais importantes da filosofia chinesa. Esse número carrega um simbolismo profundo, representando a totalidade do universo e a interconexão de todas as coisas. Em Tekesi, essa simbologia se materializa em um layout urbano que busca harmonizar o homem com o cosmos. Um modelo de urbanismo radial A estrutura radial e circular de Tekesi vai além de uma simples homenagem simbólica à filosofia chinesa, ela representa uma solução urbana engenhosa, com benefícios práticos. Com oito avenidas principais irradiando de um ponto central e interligadas por quatro anéis concêntricos, o layout da cidade foi projetado para promover fluidez no tráfego. Esse desenho estratégico reduz drasticamente os pontos de cruzamento e praticamente elimina a necessidade de semáforos, tornando a mobilidade mais eficiente. Para uma cidade com cerca de 150 mil habitantes, essa fluidez é um diferencial. O tráfego se organiza de forma natural, permitindo que motoristas se desloquem entre diferentes áreas sem enfrentar os congestionamentos comuns em outras cidades do mesmo porte. A circulação acontece de forma quase orgânica, favorecida por um traçado que redistribui o movimento de veículos de maneira equilibrada. Paralelamente, a cidade se destaca por integrar princípios de mobilidade sustentável em seu projeto urbano. Calçadas largas e bem cuidadas, ciclovias seguras e conexões eficientes com o transporte público incentivam os moradores a escolherem opções de transporte mais saudáveis e ecológicas. O design circular-radial de Tekesi também facilita a criação de espaços públicos centrais, promovendo a interação comunitária e fortalecendo o tecido social. Praças e parques localizados nos anéis concêntricos servem como pontos de encontro naturais, onde eventos culturais e atividades recreativas podem ser realizados, enriquecendo a vida comunitária. Dessa forma, o conceito de Tekesi reflete diretamente os princípios do Feng Shui, que enfatizam a harmonia entre o ambiente construído e o bem-estar dos habitantes. O planejamento da cidade favorece uma circulação de energia equilibrada, criando espaços urbanos que promovem qualidade de vida, interação social e um contato mais próximo com a natureza. Como resultado, Tekesi se consolida como um modelo de urbanismo inovador, combinando tradição, funcionalidade e sustentabilidade. Fonte: Habitability
Causas, efeitos e soluções para a crise de moradia no mundo.

Conjunção de inflação e pandemia aumentou o custo de vida nas cidades, refletindo em uma crise de moradia global. Viver em cidades ficou mais caro no Brasil. Mas também nos Estados Unidos. No Japão. Na Alemanha. Na Coreia do Sul. Na Nigéria… O mundo todo está passando por uma crise de moradia. Alguns fenômenos explicam o cenário, mas também mostram que há formas de minimizá-lo. Em 2021, os preços de imóveis atingiram a maior alta em 18 anos no mundo, de acordo com dados da consultoria Knight Frank. O Global Residential Cities Index mostrou que 140 cidades das 150 monitoradas tiveram alta de preços dos imóveis. No final do segundo trimestre de 2022, houve pouca mudança no índice, que continua mostrando altas aceleradas, de quase 12% no valor dos imóveis pelo mundo. “O mais impressionante é que ainda há 66 cidades com aumentos de preços acima de 10%, mesmo depois de um ano”, informa o relatório. Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizados em meados de 2021 também mostram que 75% dos 60 países acompanhados pelo fundo tiveram alta nos preços de habitação. No Brasil, o índice FipeZap de Preço de Imóveis Anunciados mostrou que os preços de espaços residenciais cresceram 5,29% de 2020 a 2021. No período, a inflação no Brasil chegou a 10,06%, o que tornaria a alta dos valores de imóveis de moderada a baixa, não fosse um outro indicador essencial: a renda dos brasileiros. No ano passado, o rendimento mensal real domiciliar per capita do Brasil foi de R$ 1,35 mil, o menor valor registrado pelo IBGE desde 2012. Em outras palavras, o dinheiro rareou e os custos aumentaram, incluindo o de morar. Entender a raiz desse problema é o primeiro passo para compreender como trazer soluções. Pandemia teve influência na crise de moradia global Nos últimos anos, a pandemia da Covid-19 afetou todas as áreas das nossas vidas. Incluindo a macro e a microeconomia. Ambos fatores que influenciam na crise habitacional que chega em proporções mundiais em 2022. Para atenuar os efeitos econômicos da pandemia, boa parte dos Bancos Centrais do mundo diminuiu a taxa básica de juros. Alguns zeraram a taxa, a exemplo do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). De março de 2020 até março deste ano, a taxa básica de juros norte-americana ficou próxima a zero. Vale ressaltar a importância dessa taxa, que recai diretamente no custo do crédito que os bancos oferecem ao público. Em tese, quanto menor a taxa de juros, menos custoso é o financiamento (principalmente, o financiamento a longo prazo). Ou seja, o financiamento ficou mais barato e a procura por imóveis subiu, o que levou os preços a caírem momentaneamente. Outro fator gerado pela pandemia que impacta o setor imobiliário tem um aspecto comportamental. Ao se verem mais livres para trabalhar de qualquer lugar, sem precisar estarem presente fisicamente em um endereço, muitas pessoas decidiram fugir das grandes cidades. No Brasil, a busca por imóveis a mais de 100 km de distância de São Paulo subiu 340% entre 2020 e 2021, indicam dados do ZAP Imóveis. Nos Estados Unidos, nessa mesma época, houve queda na população de cidades com mais de um milhão de habitantes, como Nova Iorque, Chicago, Los Angeles e Filadélfia. Crise de moradia é reflexo de um problema em cadeia Paralelamente, as indústrias desaceleraram a produção. No Brasil, 76% do setor industrial reduziram as atividades. Na China, a produção industrial do primeiro trimestre de 2020 chegou a ter sua primeira contração em 30 anos. De acordo com o FMI, as paralisações intermitentes devido à Covid foram responsáveis por 40% das restrições na cadeia de fornecimento em 2022.Os efeitos foram sentidos nos anos seguintes. Não bastassem os desafios que a cadeia de fornecimento global teve que enfrentar em 2021, veio a guerra da Ucrânia em 2022. O conflito pegou o mundo de surpresa e trouxe oscilações fortes para o valor do petróleo e outros segmentos de negócios nos quais os países têm influência direta ou indireta. Para o setor de construção, a quebra na cadeia de suprimentos foi sentida no aumento dos custos em geral. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), considerando apenas as despesas com mão de obra e material, o custo do metro quadrado na construção de uma casa no Brasil subiu 47,4% nos últimos 5 anos. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de mais de 14% em 2021, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Inflação chegou Os juros baixos, em condições sem adversidades, leva a uma redução do custo do crédito, logo, do preço dos imóveis e objetos em geral. No entanto, o que aconteceu nos últimos dois anos estava longe de ser uma normalidade. Ou seja, a redução dos preços – inclusive de imóveis – não se manteve por muito tempo, e se seguiu de um desequilíbrio da conta entre oferta e demanda. Já que a oferta estava prejudicada pelos lockdowns e pela restrição de matéria prima. O resultado foi a inflação alta. Mesmo com a normalização das atividades, devido à imunização da população e, consequentemente, a redução dos casos de infecções graves causadas pelo Coronavírus, a retomada financeira não aconteceu, pois a economia global já estava sob o peso da inflação. Nos Estados Unidos, ela já está próxima a 8%, mas chegou a mais de 9% no meio de 2022 – um dos valores mais altos em 40 anos. Na União Europeia, em julho, a inflação chegou ao acumulado de 8,9%. No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou em 13% no final de 2021 e agora está em torno de 10%. O cenário levou as autoridades monetárias a seguir o caminho contrário: aumentar os juros a toque de caixa. No Brasil, a Selic, taxa de juros básica definida pelo Banco Central, foi de 2% ao ano para 13,75%, em apenas dois anos. Nos Estados Unidos, a taxa básica de juros foi de 0,5% em março deste ano para 2,5%. Ou seja, o crédito ficou mais caro. Todos esses números refletem
Mercado de imóveis comerciais em Belém tem recuperação pós-pandemia e expectativas para a COP 30.

Após um período de estagnação durante a pandemia, o setor de salas comerciais e escritórios na capital paraense vive um novo momento de crescimento, com novas demandas e expectativas para o evento internacional. O setor de imóveis comerciais de Belém, composto por salas comerciais e escritórios, está em plena recuperação após os impactos da pandemia de Covid-19. Enquanto a demanda por imóveis residenciais para hospedagem aumentou com a aproximação da COP 30, o mercado de salas comerciais começa a se reerguer, com foco em empreendimentos modernos, sustentáveis e adequados ao novo cenário de trabalho híbrido. Representantes do setor imobiliário comercial apontam que a realização do evento pode intensificar mais a procura por esses espaços. Recuperação pós-pandemia: o retorno dos escritórios Após um período de retração, que durou praticamente dois anos, o setor de imóveis comerciais em Belém começa a mostrar sinais de recuperação. Durante a pandemia, muitos escritórios ficaram vazios e o mercado foi amplamente afetado, com imóveis sem vender ou alugar. A recuperação, no entanto, não é uniforme. Enquanto o mercado de salas comerciais se aqueceu, o número de lançamentos no setor tem sido menor se comparado ao mercado residencial. Para Marcus Santos, diretor do Conjove (Conselho Nacional de Jovens Empresários em Belém), a tendência é que o mercado de imóveis comerciais se ajuste à nova realidade do trabalho híbrido. A COP 30 e o impacto no mercado de imóveis comerciais Com a proximidade da COP 30, as expectativas para o setor imobiliário comercial em Belém são altas. De acordo com Cláudia Craveiro, diretora de Comunicação e Marketing do CRECI (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Pará), o evento deve impulsionar mais a demanda por imóveis comerciais, tanto para locação quanto para compra. Tendências do setor: conforto, sustentabilidade e versatilidade Outro fator que tem sido cada vez mais exigido por empresas e investidores é a qualidade dos empreendimentos comerciais. Valéria Pires, corretora de imóveis residenciais e comerciais, observa que o mercado de salas comerciais está em pleno aquecimento, embora o número de lançamentos ainda seja inferior ao do mercado residencial. Fonte: O liberal
Vendas de imóveis crescem 20,9% e lançamentos aumentam 18,6% em 2024, diz CBIC

Apesar de momento promissor, alta de juros e custos preocupam o setor da Construção em 2025 O mercado imobiliário brasileiro fechou 2024 com um desempenho robusto. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os lançamentos aumentaram 18,6% em relação a 2023. As vendas também seguiram uma trajetória ascendente, com um crescimento de 20,9% na comparação anual. Os dados fazem parte da pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 4º Trimestre de 2024, realizada pela CBIC em parceria com a Brain Inteligência Estratégica. Foram lançados 383.483 apartamentos no ano nas 221 cidades analisadas (incluindo as 27 capitais e principais regiões metropolitanas) pela CBIC. As vendas somaram 400.547 unidades, no mesmo período e amostragem. O Valor Geral de Lançamentos (VGL) cresceu 20,72% e o Valor Geral de Vendas (VGV), 22,45%. “Esses resultados refletem o esforço do setor em fomentar o mercado habitacional e atender à crescente demanda por moradias, especialmente àquelas de interesse social. São dados que reforçam o aquecimento da atividade, apesar dos desafios macroeconômicos, como a elevação da taxa Selic, alta persistente dos custos e a preocupação com a inflação”, destacou o presidente da CBIC, Renato Correia, durante coletiva de imprensa online, nesta segunda-feira (17/2). Também participaram o vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC, Ely Werthein, o conselheiro da CBIC e economista chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, e o fundador da Brain Inteligência Estratégica, Marcos Kahtalian. Celso Petrucci, também durante a coletiva de imprensa online, ressaltou o desempenho do setor no final do ano. “O quarto trimestre registrou aumento tanto em lançamentos quanto em vendas. Foi o período com o maior número de unidades lançadas desde o primeiro trimestre de 2017”, explicou. Minha Casa, Minha Vida impulsiona crescimento O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) teve um papel muito importante na expansão do mercado em 2024. Os lançamentos de unidades enquadradas no programa aumentaram 44,2% em relação a 2023, enquanto as vendas cresceram 43,3% no mesmo período. No 4º trimestre, o MCMV foi responsável por 47% dos lançamentos e 44% das vendas totais. O levantamento considera apenas unidades de mercado, financiadas, e não inclui aquelas subsidiadas na Faixa 1 do programa. Desempenho do 4º trimestre de 2024 No último trimestre de 2024 foram lançadas 111.671 unidades residenciais nas cidades pesquisadas, registrando alta de 10,1% em relação ao mesmo período de 2023. O Valor Geral de Lançamentos (VGL) do período alcançou um crescimento de 20,7% na mesma base de comparação. As vendas no 4º trimestre totalizaram 104.194 unidades, o que representou um aumento expressivo de 19,4% na comparação com o 4º trimestre de 2023. O Valor Geral de Vendas (VGV) também cresceu 22,6% na comparação com o 4º trimestre de 2023. Por outro lado, a oferta final de unidades disponíveis para venda apresentou queda de 7,8% no 4º trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, totalizando 291.928 unidades. O VGL do período cresceu 20,7%, e o VGV, 22,6%, aproximadamente. Marcos Kahtalian atribuiu esse crescimento a diversos fatores econômicos e sociais. “Fechamos 2024 com a menor taxa de desemprego da PNAD Contínua desde 2012, encerrando o último trimestre com uma taxa de 6,2% e uma média anual de 6,6%. Com um mercado de trabalho forte e a mediana do trabalhador brasileiro em 40 anos – idade em que muitas pessoas estão consolidando famílias – a demanda por moradia aumentou. Além disso, o programa Minha Casa, Minha Vida, com teto de financiamento de até R$ 350 mil, e a oferta de crédito imobiliário acessível contribuíram significativamente para esse resultado positivo”, afirmou. Desempenho por região – O Sudeste seguiu como a região com maior volume de lançamentos e vendas nas 221 cidades pesquisadas em 2024, com 198.496 (+22,51%) unidades lançadas e 205.477 (+21,48%) unidades vendidas ao longo do ano. – O Sul se destacou no levantamento da CBIC, com 79.622 (+17,1%) e unidades lançadas, e 84.477 (+17,99%) vendidas. O Nordeste também registrou aumento nos lançamentos, com 71.319 (16,45%), e nas vendas, com 73.413 (+19,89%) unidades. – O Centro-Oeste, com 24.751 (+8,38%) lançamentos e 26.002 (+27,7%) vendas, e o Norte, com 9.295 (+0,09%) lançamentos e 11.178 (23,62%) vendas apresentaram menor volume, mas ainda assim demonstraram crescimento em comparação ao ano anterior. Considerando apenas o 4º Trimestre, todas as regiões registraram crescimento expressivo nas vendas: o Sudeste liderou com alta de 49,1%; seguido pelo Sul e Nordeste, ambos com crescimento de 21,2%. O Centro-Oeste e o Norte avançaram 23,3% e 5,5%, respectivamente. Variação de preços Em 2024, o preço médio dos imóveis residenciais manteve a tendência de valorização dos últimos anos. O indicador de preços registrou um crescimento acumulado de 6,93% no ano, crescimento ligeiramente acima do INCC-DI registrado no mesmo período (6,54%). Esse avanço reflete a combinação do aumento na demanda por imóveis e a elevação dos custos da construção, impactados pelo encarecimento de materiais e mão de obra. Além disso, a alta da taxa Selic influenciou diretamente o custo do crédito imobiliário. Apesar disso, o mercado seguiu aquecido, com destaque para o segmento de médio e alto padrão, que continuou apresentando resiliência, mesmo diante dos desafios econômicos. O vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC comentou a percepção de valor por parte dos compradores. “Hoje, nos lançamentos, principalmente nas grandes capitais, a partida desses lançamentos está funcionando muito bem, e os clientes percebem isso também. Então, quem precisa comprar, quem quer comprar, a demanda é forte. Então, apesar desse tipo de cenário da taxa de juros ter mudado, quem compra imóvel pensa a longo prazo. É um projeto de vida, é um projeto de investimento de muito longo prazo”, disse. Perspectivas para 2025: desafios à vista Apesar do forte desempenho em 2024, o setor imobiliário enfrenta desafios significativos para 2025. A elevação da taxa de juros ao longo do ano passado encareceu o financiamento imobiliário e pode impactar a demanda em 2025, especialmente para imóveis voltados às classes média e alta. Além disso, a expectativa de inflação acima da meta e os custos crescentes da mão de obra e dos materiais de construção preocupam os empresários do setor. Petrucci projetou
Imóveis de luxo superam juros altos e aquecem o mercado imobiliário.

Os imóveis de alto padrão aparecem no centro das atenções do mercado imobiliário em 2025. Menos sensível a incertezas econômicas, o segmento deve atravessar ileso o cenário marcado pelo elevado patamar dos juros, a restrição de acesso ao crédito e a fuga da poupança. Os imóveis de alto padrão aparecem no centro das atenções do mercado imobiliário em 2025. Menos sensível a incertezas econômicas, o segmento deve atravessar ileso o cenário marcado pelo elevado patamar dos juros, a restrição de acesso ao crédito e a fuga da poupança. Avanços foram verificados em todas as regiões. O principal destaque entre os apartamentos ficou por conta do aumento de 27,5% de visualizações de apartamentos no Nordeste. Alta semelhante foi verificada na busca por casas na região Norte (27,4%). “O segmento de luxo é um dos que devem se beneficiar de uma economia mais aquecida”, diz Marcos Leite, CRO do Grupo OLX. Cenário é diferente para o segmento econômico. Na contramão do otimismo apresentado para os imóveis de alto e altíssimo padrão, a procura por casas de até R$ 350 mil caiu 10,3% em janeiro, resultado puxado pela região Nordeste (-14,5%). Já entre os apartamentos, houve um pequeno aumento de 3,5% nas pesquisas. Alta renda é menos sensível a variáveis econômicas. O resultado é justificado pela baixa necessidade da categoria de recorrer a financiamentos. “Tudo o que é lançado [para a alta renda] acaba vendido. Os imóveis ao lado do Jockey Club têm fila de espera para serem comprados”, ressalta Marcelo Tapai, advogado especialista em mercado imobiliário. Taxa Selic é entrave para compra da casa própria. A permanência do juro básico acima dos dois dígitos, sem perspectiva de quedas ou estabilidade, torna o crédito mais caro e difícil para a aquisição de bens. A taxa, atualmente em 13,25% ao ano, é utilizada para balizar todas as operações de financiamento no Brasil. Fonte: Uol Economia
Tendências do Mercado Imobiliário em 2025.

O cenário econômico para 2025 pode trazer dificuldades, mas também grandes oportunidades para o mercado imobiliário, a depender do segmento, dos objetivos e da posição do investidor. Uma pesquisa da consultoria Deloitte, por exemplo, apontou otimismo do setor imobiliário como um todo, puxado pelo Minha Casa, Minha Vida. Para o segmento de médio e alto padrão, a perspectiva é neutra. Abaixo, listamos como fatores macroeconômicos podem impactar a decisão de investir no mercado imobiliário. Financiamento deve ficar mais difícil em 2025, mas pode ser oportunidade Uma tendência para o mercado imobiliário em 2025 é a dificuldade em relação ao financiamento. Por um lado, 2025 se inicia com uma perspectiva de alta dos juros, que já estão elevados. O primeiro Boletim Focus de 2024, por exemplo, prevê a taxa Selic, hoje em 12,25% ao ano, em 15% ao fim de dezembro. Como a Selic baliza todo o mercado de crédito nacional, sua subida deve pressionar também as taxas de financiamento imobiliário. Por outro lado, a diminuição dos dinheiro guardado na poupança também está restringindo o dinheiro que pode ser ofertado no crédito imobiliário. A própria Caixa, por exemplo, aumentou as exigências para financiar imóveis, aumentando o percentual de entrada exigido. Toda essa dificuldade de crédito acaba desestimulando o mercado imobiliário, especialmente o de usados, que não tem tantos subsídios do governo. Por um lado, isso dificulta a venda, especialmente para a classe média, que depende mais do financiamento bancário tradicional. Contudo, favorece o investidor que possui dinheiro em caixa e pode comprar imóveis por preços mais baratos do que o habitual. Imóveis são alternativa para preservar o capital em 2025 Apesar das dificuldades de financiamento, o cenário econômico pode posicionar os imóveis como meio de preservação do patrimônio para investidores. Com as dificuldades do governo em fazer o tão aclamado ajuste fiscal, o dólar e a inflação podem viver um 2025 de alta. Nesse cenário, muitos investidores podem optar por colocar seu patrimônio em ativos reais, que não se desvalorizam com as flutuações financeiras. No Brasil, os imóveis são um exemplo clássico dessa categoria. Assim, pode ser uma boa escolha para perfis mais conservadores aumentar a fatia imobilizada do patrimônio, sem comprometer a liquidez.
Vendas de imóveis atingem maior patamar em 10 anos em 2024, diz Abrainc

As vendas de novos imóveis subiram 11,8% em 2024, para 186,5 mil unidades, o maior volume já registrado pela série histórica da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) desde 2014, afirmou a entidade nesta terça-feira (11). Já o volume total de imóveis residenciais lançado em 2024 aumentou 21,9%, para 150,2 mil unidades, segundo os dados da Abrainc. Dentro do MCMV, o volume de lançamentos e vendas de imóveis cresceu, respectivamente, 25,2% e 13,1% no ano passado, dada à “boa formatação do programa”, disse a Abrainc em comunicado à imprensa. Nos segmentos de médio e alto padrões, os lançamentos subiram 21,4% em 2024, enquanto as vendas tiveram variação levemente positiva de 1,3%. A Abrainc também destacou queda na duração da oferta de imóveis – período médio para acabar o estoque, com a do segmento de médio e alto padrões chegando a 13 meses em dezembro de 2024, de 18,4 em 2023 e 18,2 meses em 2022. Já no segmento MCMV, o período médio para acabar o estoque caiu para 9,8 meses no último mês do ano passado, de 11,5 em 2023 e 11,7 em 2022. O levantamento é realizado com 20 empresas associadas à entidade em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Belém ganha 1.008 novas moradias do Minha Casa, Minha Vida

Belém (PA) – Uma grande festa marcou a inauguração do residencial Viver Outeiro, em Belém do Pará, na tarde desta quinta-feira (13). As 1.008 famílias que vão residir no mais novo empreendimento entregue por meio do programa Minha Casa, Minha Vida receberam as chaves de seus apartamentos das mãos do ministro das Cidades, Jader Filho, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A beneficiária Bárbara Pestana (na foto ao lado do filho) recebeu das mãos do presidente Lula e do ministro Jader Filho as chaves do seu novo apartamento. “Eu me sinto realizada, porque temos um presidente que enxerga a nossa realidade e se importa com a vida das pessoas que mais precisam. Também sou grata pelo ministro Jader Filho, que é um paraense como nós, que trabalha e se dedica pelo povo do seu estado. Esse é o momento mais feliz da minha vida”, disse Bárbara. Características do Viver Outeiro O residencial, contratado em 2014, teve as obras paralisadas em setembro de 2021. Em fevereiro de 2023, sob a gestão de Jader Filho no Ministério das Cidades, o projeto recebeu suplementação de R$ 30 milhões em recursos federais para que a construção fosse retomada, o que ocorreu em março de 2023. O investimento total para realizar a conclusão das 1.008 moradias do Viver Outeiro foi de R$ 97,2 milhões, entre recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial) e contrapartida do município de Belém. A estimativa é de que mais de quatro mil pessoas passem a morar no residencial. O empreendimento é composto por apartamentos de 43,85 m², dispostos em 63 blocos de prédios de quatro andares, com quatro apartamentos por andar. Cada prédio possui unidades consumidoras de energia elétrica e hidrômetros individuais por apartamento, assim como sinalização de emergência obrigatória, extintores de incêndio em cada andar e interfones instalados. O residencial dispõe de duas grandes áreas de lazer e convivência, equipadas com brinquedos em parque infantil, equipamentos para prática de exercícios físicos, quadra poliesportiva, centros comunitários e espaços para estacionamento de veículos. Há, ainda, uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e uma Estação de Tratamento de Água (ETA), que vão trazer saneamento básico de qualidade para todos os beneficiários do Viver Outeiro. Além disso, operadoras de internet via fibra ótica já realizaram o cabeamento prévio nos postes do empreendimento, facilitando a contratação do serviço por parte dos moradores. O local onde o residencial foi construído está situado em uma das zonas de expansão de Belém e conta com unidades escolares, posto de saúde e posto de segurança pública na região, assim como o acesso ao transporte público que atende o Distrito de Outeiro, com possibilidade de integração no Sistema BRT Belém.
Preço do aluguel sobe mais que inflação no primeiro bimestre, diz estudo

Preço do aluguel sobe mais que inflação no primeiro bimestre, diz estudo Fevereiro marca terceiro mês seguido de aceleração nos preços, indica Índice FipeZAP de Locação Residencial Os preços dos aluguéis residenciais acumularam alta de 2,04% no primeiro bimestre deste ano, de acordo com dados do Índice FipeZAP de Locação Residencial. Esse número foi maior que a inflação oficial observada no mesmo período. Nos dois primeiros meses de 2025, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve avanço de 1,47%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A variação no valor da locação foi vista em 34 das 35 cidades monitoradas pela pesquisa, que acompanha o preço médio em anúncios na internet. Já em fevereiro, o levantamento registrou elevação de 1,07% no aluguel residencial, nova aceleração em relação às variações de dezembro e janeiro, que avançaram 0,93% e 0,96%, respectivamente. Os imóveis que possuem quatro ou mais dormitórios apresentaram valorização de 1,58%, em contraste com avanço de 1,02% das unidades com um dormitório. Em média, o preço do aluguel foi de R$ 47,47/m² no país. A economista do DataZAP, Paula Reis, justificou a nova aceleração no mês de fevereiro com a alta demanda e baixa oferta de imóveis. Apesar da alta mês a mês, o histórico mostra perda de força ante os anos anteriores. “As variações mensais observadas em 2025 são inferiores às verificadas nos mesmos meses de 2024, 2023 e 2022, o que nos indica, até o momento, a continuidade da desaceleração do reajuste do preço dos aluguéis”, pontuou. Entre as localidades, a cidade de São Paulo liderou a pesquisa como a mais cara, a R$ 59,19/m², seguida por Recife (PE) e Belém (PA). Para o ano, a economista do DataZAP cita que a performance do mercado de vendas, que deve perder força com a elevação do custo de crédito associado ao aumento da Selic e da redução dos recursos da poupança, deve pressionar para cima o preço de aluguéis. Segundo ela, esse fator pode impulsionar o mercado de locação, já que muitas famílias, ao adiarem a compra de imóveis, podem optar pelo aluguel.